quinta-feira, 15 de julho de 2010

O fator causal de uma lesão.



Cada vez mais, percebo a importância de avaliar detalhadamente cada paciente e, principalmente, de orientá-lo muito bem logo após a avaliação. Parece redundância dizer isso, mas não é, pois na prática constatamos muitos pacientes chegando perto de fazer a décima sessão e achando que sua lesão já deveria estar sendo totalmente resolvida. Não funciona assim.

Geralmente o paciente recebe um pedido médico com 10 sessões prescritas e espera que estas sejam suficientes para a cura da sua patologia. Na verdade, muitas lesões ocorrem por uma série de fatores que já vinham se desenrolando silenciosamente, há algum tempo, sem demonstrar sinais ou sintomas. Num certo momento, um fator desencadeia a lesão sintomatológica e o paciente acredita que nunca tivera nada antes de o trauma ter ocorrido.

Isso não existe. Mesmo em lesões traumáticas, como numa entorse de tornozelo, percebemos que muitos pacientes desenvolvem sequelas relativas a instabilidades e erros da coordenação da marcha que levam a essas lesões secundárias (como uma tendinopatia dos fibulares) pela instabilidade já existente.

Assim, por mais que a lesão já esteja cicatrizada, depois de algumas sessões, temos que avaliar a necessidade de continuar o tratamento por mais tempo para chegar num ponto no qual o paciente já adquira estabilidade e força suficientes para manter uma articulação saudável e, dependendo do caso, avaliar a necessidade de um trabalho de manutenção a longo prazo.

Muitas vezes, fica difícil avaliar a etiologia (motivo) primária da lesão, mas é importante entender que toda lesão tem que ser respeitada como um evento, o qual geralmente não é isolado. É claro que certas vezes uma entorse é só uma entorse, pois o indivíduo pode ter pisado no pé de outro jogador, como costuma ser muito comum no volei e basquete, mas, na maior parte dos casos, existe uma série de eventos que leva à lesão.



Pensando em prevenção, temos sempre que frisar a necessidade de fortalecimento, com muito estímulo sensório motor. Sim, a famosa propriocepção, tão falada já nas academias, treinos pliométricos, pilates, alongamentos..., mas tudo isso muito bem orientado. Hoje, todo serviço de fisioterapia esportiva tem algum tipo de proposta de fisioterapia preventiva.

2 comentários:

  1. Olá, me chamo Gabriel Basto Fernandes, sou fisioterapeuta, trabalho com terapia manual no rio de janeiro!
    Gostaria de parabenizar pelos ótimos posts!

    Aproveitando para divulgar o meu blog, sobre terapia manual, com posts baseados em referencias e artigos disponíveis para download!
    Dê uma passada lá !!

    www.ftmanual.blogspot.com

    Abraços !

    Obrigado !

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  2. Obrigado Gabriel, com certeza vou visitar seu Blog.

    Grande abraço.

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