quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A neurofisiologia como conceito básico. – Parte 1


Quando estudamos as matérias básicas na faculdade, temos apenas uma pequena noção do quanto aquilo vai ser importante para o nosso trabalho no dia a dia. Assim foi com a neurofisiologia, mas quando começamos a nos aprofundar no entendimento do que estamos fazendo, percebemos que tudo sofre grande influência do Sistema Nervoso, desde uma manipulação ou mobilização articular, passando pelas posturas do RPG, correções de marcha (Força Dinâmica), Pilates e até um simples trabalho, já muito utilizado em academias, comumente chamado de Propriocepção. Na verdade, deveria ser chamado de Treinamento Sensório Motor, pois a Propriocepção é só um sentido, assim como o tato, o paladar, a audição, o olfato e a visão. Seria correto dizer que esse é o verdadeiro sexto sentido.
Assim como temos receptores na língua, que levam informações para o nosso cérebro sobre o que estamos comendo, se é doce ou salgado, temos receptores articulares e musculares que nos dão a noção da posição do nosso corpo no espaço.
Propriocepção é a percepção que temos da posição do nosso corpo, mesmo se estamos de olho fechado, ou seja, graças à propriocepção conseguimos saber se nosso braço está levantado ou abaixado mesmo sem olhar para ele, e até mesmo temos noção da velocidade com que nossos membros se movimentam. Isso é importante para que possamos, por exemplo, proteger nossas articulações, pois no momento em que estamos torcendo o tornozelo, se os receptores do tornozelo estiverem bem treinados, eles mandam informações numa velocidade suficiente para que naquela fração de segundo consigamos ativar nossos músculos estabilizadores para que eles se contraiam, protegendo, assim, nosso tornozelo de um entorse mais grave.


O termo, Treinamento Sensório Motor traduz melhor esse trabalho, que nada mais é do que uma série de estímulos que geram aferências, informações proprioceptivas ou sensoriais que vão subir para o sistema nervoso central e gerar uma resposta motora de movimento ou estabilização que se traduz, neste caso, geralmente, num ajuste postural.
Dessa forma, percebemos a importância que o estudo da neurofisiologia tem para a Reabilitação Ortopédica, e nos próximos artigos vamos nos aprofundar um pouco mais neste tema.

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